domingo, 20 de fevereiro de 2011

A MORTE DE UM FILHO É INSUPERÁVEL


A Morte de Um Filho é Insuperavel


Há palavras como viúvas ou viúva que designam aquele ou aquela que sobrevive ao seu cônjuge; e há palavras como órfão para nomear a perda precoce de um dos genitores. “Mas para quem sobreviveu a um filho, não existe denominação alguma”.

Esta é uma perda avassaladora, origem na desunião e até na destruição do vínculo matrimonial, inclusive familiar.

Muitos especialistas têm discorrido sobre a perda, do ponto de vista psicológico; quanto às suas implicações, advindas da morte de um filho, estão longe de ser suficientemente tratadas. Imagino que isso se deva à angústia resultante de uma abordagem tão difícil, pois é de se esperar que os filhos sobrevivam naturalmente aos pais; no entanto, raramente se considera a possibilidade de acontecer o contrário.

Quando meu filho morreu, a minha vida foi de súbito destroçada, porque não “deveria ser assim”. Não posso aceitar ter sido mãe de um filho e de repente deixar de ser mãe desse filho.

A realidade dói tanto, e custa tal esforço aceitar esta realidade, que passei a resistir como posso, acreditando, por mais um lapso de tempo, que meu filho não morreu ainda, e passando a valer-me da negação, a fim de sentir que o meu filho continua com vida. A meu ver, em casos como este, a existência do filho fica inscrita para sempre na mente materna, pois se há de convir que um filho não seja uma pessoa a quem se conheça de imediato, como ao restante das outras: a um filho se reserva um espaço todo especial na mente e no coração, desde que os pais planejam a sua concepção e, a partir dela, toda a sua existência.

Eu planejava como deveria ser a vida do Leonardo, o futuro, planejava o que fazer para que ele continuasse estudando, conversamos bastante um dia antes dele morrer eu e ele planejamos coisas,  mas nunca fui capaz de conceber como deveria ser seu funeral. Isto porque basicamente nós, seres humanos, enquanto vivemos deixamos a morte de fora. Para nós nem toda morte nos diz respeito, só se torna real quando acontece conosco, em nossas vidas, e o que mais assusta é que ela aparece sem pedir licença, irrompendo na vida da gente; mas a morte, que não queremos admitir, já estava presente e nos acompanha continuamente.

Há muita nostalgia nisso tudo, há uma mistura de sofrimento, amor e proveito. Sofre-se a ausência do que se foi, e se consola oferecendo a dor causada pela sua ausência. Continuar sofrendo é uma tentativa de manter vivo esse filho. Parece-me que, ainda que eu escrevesse um tratado completo sobre a experiência de se perder um filho, não seria suficiente para chegar a compreender o que estou vivendo; talvez as pessoas possam se aproximar da minha experiência, entender o que penso e como me afeta; mas quando falo da minha solidão e do meu vazio, continuo incompreensível para todos, porque solidão e vazio são palavras que cobrem precisamente essa falta. E essa ausência continuará a se fazer presente.

Na realidade, serve apenas para vislumbrarmos a essência humana e nos tornarmos conscientes de que, muitas vezes, se não estamos dispostos a encarar a morte, é porque o amor causa dor, e só quando se sofre é que se sente medo de perder a pessoa amada.

Quem vive a perda não volta a ser a pessoa que era antes, porque a morte altera valores e hábitos.

É importante falar da morte, mesmo ela deixando uma marca profunda na vida de quem fica', descobri que não existe, em nenhum idioma, uma palavra para definir a morte de um filho. 'É uma dor que não tem nome, algo que não se espera. '

Perder um filho subverte uma ordem cronológica e, por muito tempo, perguntei: 'Por que ele e não eu? Senti uma dor física, a garganta seca, um aperto em todo o corpo. É muito difícil lidar com essa realidade.

Por uns três meses, vivi digerindo a morte, tentando entender a razão da tragédia, a interrupção da vida dessa maneira.

A morte do Leonardo mudou duas coisas em mim. A primeira é que hoje penso que morrer não deve ser tão abominável, apesar de não ter nenhuma tranqüilidade para afirmar que um dia ainda vou encontrá-la. Ainda assim, a morte me parece menos terrível, ou melhor, algo bem possível, e talvez até esperado. Por outro lado, acho que tenho o compromisso de conduzir minha vida da melhor forma possível. Nossa função como pais é dar condições para que cada um de nossos filhos siga o seu próprio caminho. '

E eu ainda tenho o Leandro e a Renata, então mesmo com um vazio enorme dentro do peito tenho a obrigação de continuar.

Hoje resolvi postar esse assunto, porque esse  mês será sempre o mais difícil para mim, no dia 26 de maio mes das mães ele morreu, e no dia 16 de de julho ele completaria 21 anos, só de escrever isso eu sinto o total absurdo da situação... Meu Deus meu filho não viveu nem 21 anos? Por quê? Por quê? o acidente foi   domingo 24/05/2009 ele veio a falecer 27/05/2009.  nascido em16/07/1988 a 27/05/2009

Este ano 2009 , este mes maio e este dia 27 nunca mais esquecerei , parece que foi hoje. A maior dor que o ser humano pode sentir é a dor da SAUDADE. DIACONISA FATIMA SOARES

7 comentários:

Irismar Oliveira disse...

Oi amiga essa dor só sabe quem passou por ela, sei que perda nenhuma é fácil, mas de uma filho acredito ser um dor muito grande pois como falou um filho não é uma pessoa que apareceu em nossas vidas, ele faz parte dela. Mas o mais glorioso da vida como filhos de Deus é que temos um Deus que conhece nossa estrutura e é capaz de nos ajudar para prosseguir avante. Sei que nesse momento ainda perguntas a Deus por que? Mas um dia esse Por que , vai mudar Para que? A bíblia diz que NADA se perde na vida de um dos seu filhos e que TODAS as COISAS COOPERAM para o nossos bem!!
Quando tiver um tempo leia esse artigo: Tire os olhos do que pode te destruir!http://irismaroliveira.blogspot.com/2011/02/tire-os-olhos-do-que-pode-te-destruir.html

Te desejo uma semana de crescimento na graça e no amor de DEus!!!Um abraçoooooooo

Thaís disse...

Dona Fatima que testo lindo ...
Triste mais lindo. Muitas das vezes
me pegava chorando pela morte do léo mas muitas as vezes chorava muito mas imaginando a dor que a senhora estava sentindo ... Falava meu Deus se eu que sou amiga que convivia com ele a alguns anos,essa dor e tão grande quase fisica de tão intensa,imagine essa Mãe ... tentava imaginar como seria essa dor e só de pensar entrava em desespero ... com certeza a maior dor e a sua, a perda de uma filho tão jovem! Os dias meses vão passando a minha dor tem dias que se torna apenas uma agustia no peito,mas tem outros principalmente em datas que estivemos juntos e quando as lembranças de tantos momentos felizes que vivemos vem a tona, a essa dor desses dias essa sim e insuportavel... essa tal como a primeira dor do dia em que vi um vojem tão querido amado amigo entre outras qualidades e defeitos sobre uma mesa,palido e frio... não quero eu acreditar que ali não avia mas vida,e ao seu lado uma mãe meia que sem querer acreditar que ali estava seu filho, que ali já não existia mais, sonho, futuro ou vida, em um rosto que era tão lindo de um olhar que dizia tantas coisas e um sorriso que de tão perfeito alegrava os meus dias! Dias sim dias não essa sena volta a minha mente, e na quele mesmo dia que perdi um amor tão querido conhecia uma mãe, mãe de coração, mãe essa que esta sendo capaz de emocionar, ajudar e principalmente lutar pela a memoria do filho tão amado que aqui já não esta! Você e um exemplo de luta superação entre muitas outras coisas, obrigada por me ajudar a supera as perdas pois vc e um exemplo de vida... vc sempre estara no meu coração ...
Por mas que ultimamente eu esteja ausente, mas pode ter certeza que jamais esqueço de você e toda sua familia ... meu carinho por vcs e eternamente eterno. bjos te amooo

Regina vicentini disse...

Graça e Paz irmã Fatima!
Não existem palavras para consolar uma mãe que perdeu seu filho, mas sobre todas as coisas existe O Nosso Deus! Ele entregou nas tuas mãos seu filho e a fez muito feliz naquele momento e por mais um tempo você o teve. Tenho a certeza de que Ele está muito feliz por tê-lo de volta! Ambos estão em conformidade Pai e filho. Abençoe seu filho na certeza de que está no melhor lugar e na melhor compania. Não se abandone muito ao lamento e quando entregar realmente seu filho nas mãos do Senhor, verá que a sua tristeza não existirá mais.
Jesus no teu coração!
www.comyeshua.blogspot.com

Pastora Neide disse...

Oi amiga, desejo muito que o Espírito Santo derrame Suas doces consoloções sobre você e sua família. Deus os assista a cada dia e renove Suas misericórdias. Através desses momentos que você está passando vem o ministério de ajudar a outros que também passarão por ele, e aí você vai ter esta experiência para consolá-los também. Chama-se Ministério de Socorros. Fique na Paz com os olhos fitos na esperança da vinda do Senhor! Bjs!

Miss.Cacilda Barbosa Santiago disse...

Olá Dcsa. Fátima, A Paz do Senhor!
Vim agradecer sua visita e por ser seguidora em meu blog.
Tem um dos artigos que fiz:"O vale da sombra da morte sobre o prisma do luto",dedico tb para seu coração ok?
EStou neste vale cruel de perder alguem amado há 7 meses,foi o meu amado esposo, que tb era pastor, e sofreu um grave acidente indo a óbito em 17.08.10. Os questionamentos sem dúvida alguma são mtos.,mas o que podemos fazer diante da Soberania de Deus? Ele é o dono de tudo, nossas vidas e dos nossos são dele, portanto Ele faz o que lhe apraz. Deus é mto. sincero, não adianta, Ele faz o que Ele acha que deve fazer, mesmo que nos custe tantas lágrimas e tanta dor!
Tenho sentido a sensação de um coração como se fosse um tumor dolorido...mas vivo um dia por vez na graça de Deus.
Que Deus continue te dando forças. Tem um hino mto.lindo no novo CD da Cristina Mel sobre mães que perderam seus filhos, creio que vc vai se identificar e ser edificada.
Já estou te seguinto ok? Abçs
Sinto mto. por vc

ANGELA MARCELINO RIBEIRO disse...

AMIGA TAMBEM PASSEI POR ISTO É UMA DOR HORRIVEL !PERDI UM FILHO COM 16 ANOS EM 2006 , SOFRI MUITO !
MEU FILHO AINDA EXISTEM EM MEU CORAÇÃO 1
QUE A BENÇÃO DE DEUS POSSA ESTAR TE CONFORNATANDO

Nágila souza disse...

Paz do Senhor!
Olha Querida irmã infelizmente o querer de Deus em nossas vidas quase sempre não é também o nosso querer,mas de uma coisa eu tenho certeza que Deus conhece suas dores até mesmo quando você acordava de madrugada quem sabe na esperanç de abrir a porta do quarto e encontrar seu filho,de manhã o esperando para tomar café ou ate mesmo na expectativa dele abrir a porta chegando da escola ou de algum outro lugar,mas a sua dor Deus conhece bem e só ele entende o seu sofrer e não te abandonou nem por um momento e se você fizer como Abraão colocar Deus acima de tudo ele vai continuar abençoando vc e os seus.
Não se esqueça que Deus se doou na Cruz para morrer por nós e deu a vida de Jesus ali no Calvário.
Fica com Deus e que o Espirito Santo te conforte!